É do conhecimento de todos que Epicteto, um dos
mais fiéis seguidores do Antigo Estoicismo, ensinava que a morte nada mais
seria do que a diluição da criatura nos elementos (stoikheia) que a
compunham. À vista disso, provocou grande perplexidade a asseveração de Armand
Jagu em seu ensaio nomeado “Epictète et
Platon” de que a influência do diálogo platônico Fedão teria sido determinante no
pensamento de Epicteto. Apesar do espanto, o fato é que Epicteto absorveu
e incorporou um dos paradigmas mais significativos defendidos por Platão
no Fédon. Epicteto dá
voz e vez a khatarsis de Platão quando estabelece o princípio
prático-ontológico do divórcio entre as coisas que dependem de nós, das que não
dependem de nós. Ora, o corpo (soma) não depende de nós, mas a
deliberação (proairesis) depende.
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