terça-feira, 19 de maio de 2015

[Antonio Carlos Rodrigues] Epicteto e a lamparina de ferro roubada

É do conhecimento de todos que Epicteto, um dos mais fiéis seguidores do Antigo Estoicismo, ensinava que a morte nada mais seria do que a diluição da criatura nos elementos (stoikheia) que a compunham. À vista disso, provocou grande perplexidade a asseveração de Armand Jagu em seu ensaio nomeado “Epictète et Platon” de que a influência do diálogo platônico Fedão teria sido determinante no pensamento de Epicteto. Apesar do espanto, o fato é que Epicteto absorveu e incorporou um dos paradigmas mais significativos defendidos por Platão no Fédon. Epicteto dá voz e vez a khatarsis de Platão quando estabelece o princípio prático-ontológico do divórcio entre as coisas que dependem de nós, das que não dependem de nós. Ora, o corpo (soma) não depende de nós, mas a deliberação (proairesis) depende. 

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