terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

[Dr. Rodrigo Pinto de Brito] Sobre exercícios céticos

A partir principalmente das obras de P. Hadot e de M. Foucault tornou-se paradigmático pensar as filosofias antigas como técnicas/artes da vida, ou como exercícios. Contudo, o ceticismo, seja em sua vertente pirrônica ou acadêmica, acabou por ser olvidado nas abordagens destes pensadores. Apesar disso, e também das muitas abordagens antigas dos dois ceticismos, há uma espécie de constante conceitual que relaciona o ceticismo mais com uma atividade (enérgeia), disposição (diáthesis) ou capacidade (dýnamis), que acabam por engendrar uma conduta (agōgḗ), do que propriamente com um tipo de filosofia. Desse modo, podemos pensar os ceticismos como atitudes práticas com resultados igualmente práticos, frente à teorização excessiva da filosofia. 

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